Os 3 a 1 sobre o Palmeiras no Engenhão consolidam o alvinegro como real postulante ao título brasileiro já na estreia do returno. Não só pelo resultado que mantém a equipe de Caio Júnior a três pontos do líder Corinthians e um do Vasco, agora à frente de Flamengo e São Paulo e aumentando a vantagem sobre o alviverde, mas principalmente pela sólida exibição de um time que se apresenta cada vez mais ajustado.
O estudioso treinador começa a ver suas idéias táticas sendo assimiladas. Uma equipe veloz, que ocupa com inteligência os espaços e se adapta às circunstâncias. Que aprende a jogar com linhas avançadas ou nos contragolpes e ganha experiência e qualidade com praticamente todas as peças disponíveis.
Taticamente, um 4-2-3-1 que tem Marcelo Mattos e, principalmente, Renato à frente da defesa qualificando a saída de bola – condição básica para o funcionamento do esquema. Os laterais Lucas e Cortês, que antes se comportavam como alas, aos poucos vão se habituando a alinhar com os zagueiros, fazer a cobertura por dentro e apoiar alternadamente, com mais cuidado.
Na frente, Herrera e Maicosuel atuam mais abertos. Porém com funções diferentes. O argentino fica espetado à direita, próximo de Loco Abreu, a referência no centro do ataque. Só volta para combater o lateral-esquerdo adversário até a intermediária. É mais avante que meia. Já o “Mago” tem maiores atribuições defensivas: compõe o meio e, mais recuado, auxilia Cortês no combate.
Mas também sai da esquerda, procura a diagonal para os passes e conclusões, como no terceiro gol sobre o Palmeiras. Para não extenuar o aplicado meia, Elkeson, mais incisivo que organizador pelo centro, efetua revezamento com impressionante vigor físico. Marca e se apresenta à frente para as conclusões. É o artilheiro da equipe com oito gols.
Quando necessita, o Botafogo também é forte na bola parada. Se não tem a eficiência do alviverde Marcos Assunção, Renato coloca sua técnica a serviço do time nas cobranças de faltas e escanteios. Herrera e Gustavo, substituto do lesionado Antonio Carlos, aproveitaram os centros do volante e encaminharam a vitória ainda no primeiro tempo.
O técnico aproveita o elenco robusto e manda a campo reforços como Felipe Menezes, meia que cadencia mais o jogo. Mas também dá chances aos jovens da base: Lucas Zen, Caio, Cidinho e Alex agregam vigor e agilidade, além da identificação com o clube que andava esquecida em General Severiano.
Nem tudo é perfeito, obviamente. A equipe ainda oscila, exagera no recuo com a vantagem no placar, permite que o oponente controle a posse de bola e faz o ótimo goleiro Jefferson trabalhar mais que o recomendável.
Nada que ofusque a notável evolução do “emergente” da vez no Brasileirão. Os 32 gols marcados que fazem do time o segundo melhor ataque e os 20 sofridos que colocam a defesa como a segunda menos vazada sinalizam o equilíbrio tão desejado por Caio Júnior.
O Bota é consistente e merece respeito.
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